Pelo Mundo

Relato de um medo sem sentido

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Por que temos medo?

Não sei.

Mas se temos, deve servir para alguma coisa. Auto defesa? Medo é um motivo que nos faz sair da zona do conforto? Prazer (tem gente que adora filmes de terror, vai entender)?

O que sabemos é que por trás desse sentimento, as reações podem vir de diversas maneiras, com intensidades diferentes e pontos de vistas muitas vezes interessantes.

Ter medo de algo, como uma barata, faz com que nossa primeira reação seja “é ela ou eu no mesmo ambiente, e como eu moro aqui, sou eu!”, mesmo a barata sequer saber o que está acontecendo. Se alguma boa alma tiver medo dela, sua sentença de morte já está marcada.

Do mesmo jeito que existe aquele medo que temos do desconhecido, aquele medo que vai nos fazer sair da zona de conforto. Eu me encaixo bem nesse quadro. Tenho uma baita vontade de dar uma de desbravador pelo mundo, mas sempre me aparece um frio na barriga só de pensar. Mesmo não tendo ideia de que medo é esse. É medo do inusitado? Medo do que? Pra falar a verdade, não sei.

Esse é o problema, por que raios eu teria medo de algo que eu nem sei do que se trata? Algo puramente intangível, que tenho certeza que só me trará memórias positivas.

Se eu dissecar meu medo e pensar nas pessoas que já fizeram o mesmo que eu gostaria, mas que realizaram em outras épocas tipo 50, 500, 1000 anos atrás, vou perceber que não faz sentido.

Tenho dois exemplos bem claros na minha cabeça.

Pedro Álvares Cabral e Phil Knight, fundador da Nike.

Vamos ao primeiro exemplo. Meu xará (desculpe a intimidade), viveu numa época em que o único guia de viagens era o sol, a lua e as estrelas, e alguns mapas bem diferentes do que há hoje em dia. GPS? Não. Comunicação instantânea? Só com o cara do lado. Airbnb? Não mesmo, no máximo uma rede emprestada.

E mesmo assim, alguns caras saíram para procurar terras desconhecidas. E acharam, demoraram, mas acharam.

Mas por que existiam essas tais expedições, que muitas vezes os tripulantes morriam no meio do caminho, enfrentavam tormentas, e passavam fome? Não seria muito mais fácil ficar em casa com suas lindas esposas europeias? Eles tinham tudo para não ir. Mas foram, e conseguiram chegar em algum lugar. Não faço a mínima ideia de qual era o sentimento deles, mas o medo deveria ser constante.

Outro caso interessante é sobre o fundador da Nike.

Phil Knight se formou nos anos 60, numas das melhores instituições de ensino dos EUA, fez um MBA e tinha tudo para entrar para o conservador mundo corporativo da época. Mas ele fez algo inusitado. Colocou uma mochila nas costas, foi para o Hawaii, seguiu para o Japão, e depois rumou para a Ásia, e finalizou sua viagem na Europa — tudo isso em quatro meses!

Caso você tenha interesse em saber mais sobre as aventuras do fundados da Nike, ele escreveu o livro A Marca da Vitória, que conta detalhe por detalhe. Vale a pena ler!

Ele não vivia numa época tão defasada como o Pedro Álvares de Cabral, pelo menos já sabiam que a terra era redonda, e os países que existiam. Mas ainda não havia GPS e comunicação instantânea, coisas que hoje em dia é tão natural quanto respirar.

E para finalizar, ele conseguiu. Foi do ponto A para o ponto B. Não morreu, não perdeu nenhum membro do corpo, não foi sequestrado. Não aconteceu nada com ele!

E o medo? Com certeza o Sr. Knight deve ter tido, mas faz parte da jornada.

E eu aqui. Com GPS em mão, WhatsApp na outra, todas as vacinas em dia, inglês quase fluente. E ainda com o mesmo medo que todos tiveram.

Essa deve ser a única coisa em comum entre nós três: o medo, e talvez a vontade de ver o desconhecido.

Esse é o meu medo atual. Mas independente de ter ele ou não, vou seguir minha jornada.

E você, já colocou seu medo como seu aliado? Talvez sem ele, nem eu, e nem você, teríamos saído de nossa zona de conforto.

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