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Talento, e se eu não tiver nenhum?

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Ter talento ou não é um assunto complexo demais para ser discutido em apenas um artigo. Uma pessoa talentosa para mim não é necessariamente talentosa para você, mas ainda assim existem unanimidades sobre pessoas que são muito boas no que fazem. Esse talento pode ser lapidado conforme o tempo vai passando. Esse tempo, além de ajudar você a construir o seu talento, também vai ajudar a descobrir se realmente essa habilidade foi feita para você.

A vantagem é: você pode desistir se algo não te agrada ou se você não vê muito futuro. Não há nenhum mal em pular fora do barco depois de várias tentativas e nenhum progresso. Tive meus momentos de desistência quando eu praticava ciclismo. Persisti no esporte por um longo período, mas não senti firmeza no meu desempenho e parei. Talvez eu volte para a estrada sem o intuito de competir, apenas por diversão. Aquilo não era para mim, pelo menos não naquela hora.

Um dia você quer uma coisa, no outro sua opinião muda, mas tenha certeza de que você tem talento para algo. Se você acredita no seu talento, mesmo com tudo e todos provando o contrário, tenho algumas opções para você:

#1 Desista

“Eu não tenho talento, então deveria desistir.”

Essa é uma decisão sensata a se tomar, principalmente a curto prazo. Tudo fará sentido se você entender que aquilo não é para você, tempo e dinheiro serão economizados.

Mudar todo o rumo da sua história por não ter persistido em tal habilidade não significa muita coisa. Provavelmente você encontrará algo que te levará aos céus. Quando você encontrar esse talento, tudo fará sentido, suas tentativas e erros do passado apenas ficarão no fundo do baú para a história.

Se você é o melhor médico da sua área, agradeça a decisão que você tomou em não querer cursar arquitetura. Você nem deve ter se lembrado dessa decisão no passado, mas ela existiu.

#2 Admita que você não tem talento

“Eu não tenho talento para tal coisa, está na hora de admitir isso”

Calma… calma… calma…

Acredite, será um alívio para você admitir que não tem talento para tal habilidade. Isso vai liberar a pressão que paira sobre nós e te deixará mais tranquilo para realizar seu trabalho. Mesmo as pessoas que você mais admira possuem ou possuíam trabalhos maçantes para fazer dinheiro, ou você pensa que Franz Kafka era escritor em tempo integral? Engano seu, ele trabalhava como funcionário público em Praga e escrevia no seu tempo livre.

Haverá pessoas mais talentosas do que você. SEMPRE haverá alguém melhor que você. Mais forte que você. Mais bonito que você. Mais engraçado que você. Mesmo não sendo o melhor da sua área, qual é o próximo passo?

Desistir? (volte para o #1) ou…

#3 Continue como hobby

“Não tenho talento, melhor manter como hobby”

Fazer dinheiro com algo que você ama é incrível, mas não há problema em deixar aquela atividade que você gosta muito como hobby. Está tudo bem em mantê-la desse jeito, talvez seu desempenho seja melhor se isso for levado assim, sem pressão e sem obrigação.

Geralmente algo que vai além dos nossos hobbies nos deixa malucos, pois nos envolvemos de maneira intensa. Levo a academia por puro hobby, eu não conseguiria levar fisiculturismo como profissão em hipótese alguma, exige um esforço físico e comprometimento para tal atividade que não é para mim, mas que para muita gente é seu ganha pão.

E qual é o problema nisso? Nenhum. Vivemos em uma sociedade em que há atividades e graus de comprometimento para cada pessoa. Não significa que faço a academia para ser o melhor, e nem quero, só quero ir pela razão de ir. Sinto-me bem levando essa atividade da maneira leve que pratico.

Alguns hobbies foram feitos para ficarem nessa esfera mesmo. Nem toda paixão precisa ser seguida à risca ou fazer dinheiro com ela. Continue com sua vida e seja feliz do jeito que é. Vá pescar, fazer motocross, andar de kart, se essas atividades te dão prazer e despertam algo em você, continue assim. Você é uma pessoa que possui interesses e isso é o que mais importa.

Mas…

Caso queira levar esse hobby adiante e transformá-lo em uma fonte de renda, também é possível.

Você encontra dezenas de pessoas fazendo dinheiro com suas atividades paralelas (alguns conseguem fazer esse hobby virar renda principal), que não possuem talento estratosférico. Então aquele pensamento fica caminhando na sua cabeça “se eles conseguem, eu também consigo”. Isso é a pura verdade.

Com o crescimento e a facilidade da internet e da tecnologia, é possível fazer muita coisa e gerar renda paralela (ou principal) com seu hobby. Isso é diferente de ter talento ou não. Para você querer ganhar dinheiro com sua habilidade, além de saber o que está fazendo, é preciso ter noção de negócios, conhecer um pouco sobre marketing e ter um quê de empreendedorismo e ímpeto.

E se você possuir mais talento, mas as pessoas ao seu redor tiverem mais conhecimento em negócios e marketing, e estiverem ganhando muito dinheiro mesmo sem ter habilidade?

Agora a coisa ficou séria. Significa que você tem que desistir (volte para o #1) ou…

#4 Trabalhe duro

“Não tenho talento, se quero persistir devo trabalhar duro.”

Essa parte é onde tudo muda. Seu esforço no que você acredita vai dobrar, e suas expectativas vão crescer na mesma proporção. Aqui é onde acho mais difícil para mim, trabalhar intensa e continuamente para chegar em um lugar que é muito complicado de visualizar.

O caminho é sofrido e sem nenhuma garantia. É injusto pensar que muita gente tem múltiplos talentos, e estamos tentando manter aquele único na linha.

Você pode se esforçar como ninguém, mas isso não significa que o resultado sairá como planejado. Não fique esperando que suas pinturas renascentistas estarão na exibição principal do MASP. Suas expectativas podem se voltar contra você.

Porém, há uma opção tão válida quanto trabalhar duro…

#5 Não trabalhe duro

“Não tenho talento mesmo, não há necessidade de me matar para isso.”

Será o fim do mundo se você não trabalhar duro? Não. Você já percebeu que, depois de muito tempo de prática, não importa se trabalhar duro ou não faz sentido. No livro Outliers, de Malcolm Gladwell, é explicado que precisamos de 10.000 horas para ficarmos bons em alguma coisa. Esse esforço, transferido para números, é de 8 horas por dia, todos os dias, por 4 anos.

Você pode continuar com sua atividade mesmo que não seja o melhor dos melhores. As pessoas não são iguais. Caso todos os profissionais utilizassem a regra das 10.000 horas como parâmetro, muita gente sairia superior a você e muito inferior a você no quesito habilidade.

Como mencionei anteriormente, caso alguém se desenvolva por 2.000 horas, porém faça mais dinheiro que você, que se desenvolveu por 10.000 horas, não significa que ele seja melhor, mas sim que ele sabe vender melhor do que você. O tino para negócios é mais forte que suas habilidades.

Você ainda pode viver seus interesses, mesmo que seja na esfera artística. A grande maioria das pessoas que vivem da escrita jamais ganhou algum prêmio literário. Se você vive como pintor, não significa que seus quadros precisam estar no MOMA em Nova York, basta você vendê-los para pessoas que apreciam sua arte. Está tudo bem com isso, pois você aprendeu…

#6 Como desenvolver uma habilidade

“Não tenho talento, tenho que aprimorar uma habilidade”

Pessoas e empresas vão apreciar a habilidade que você desenvolveu, e você estará em condições de ser pago para tal. Imagine você aprender em cursos independentes pela internet sobre como utilizar o Adobe Photoshop como ninguém. Após algumas horas de curso e alguma prática, você já consegue ganhar dinheiro com tal habilidade.

Foi assim que aprendi inglês. Não tinha talento para idiomas, mas depois de persistir e insistir, hoje eu domino três! O mais difícil é o primeiro, depois tudo fica fácil.

Muito provavelmente seu talento é baixo, mas isso não significa que ele ficará estagnado (ou ficará?). No momento em que você persistir e se aprimorar, as pessoas vão continuar pagando você e pagarão melhor. Assim esperamos quando alguém vive da criatividade.

Algumas vezes temos uma paixão, mas que não conseguimos seguir por vários motivos. Amo filmes e como tudo é desenvolvido em seu entorno, mas não tenho ideia de como produzir um. O que eu faço? Crio algumas histórias. Ainda está relacionado com filmes, mas só uma parte dele.

Uma atividade incrível que é possível juntar o útil ao agradável é ensinar. Você pode ser muito bom em alguma atividade, entender sobre os conceitos, mas ainda te falta aquele talento para ser alguém notável no mundo. O que você pode fazer? Ensinar essa arte para outra pessoa. Talvez como professor você seja ainda melhor. Imagine que você seja um ótimo pianista, mas sabe que existem pianistas melhores. Então que tal passar esses ensinamentos para outra pessoa? Talvez você esteja ensinando o próximo Ludovico Einaudi.

Vai acontecer de existirem pessoas extremamente talentosas, mas que não possuem paixão por esse talento. Essas pessoas vão importunar o mundo, porque sabem que possuem o talento que você tanto queria, mas não possuem paixão por isso. A falta de habilidade com um talento incrível não ajuda muito. Trabalhar duro é tarefa necessária se você quiser ser bom em algo, independentemente de ser talentoso ou não.


Tudo isso faz sentido para você?

Se não, volte para o tópico #1.

Você não precisa ser apaixonado por uma atividade para ser talentoso. Da mesma maneira, não deve correr atrás da sua paixão mesmo tendo pouco talento. Manter sua paixão como hobby é mais que válido, também está bem se você conseguir monetizá-la, mas não como sua renda principal.

Você sempre terá a oportunidade de desenvolver sua habilidade ou encontrar outra que se encaixe com você. Nunca é tarde para descobrir o novo Picasso que reside dentro de você. Dê-se liberdade para evoluir e experimentar coisas novas.


“E se eu realmente possuo talento?”

Amigo, tenho certeza de que a resposta vai bater à sua porta o mais cedo possível.

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5 Replies to “Talento, e se eu não tiver nenhum?”

Giovanna

cara…que texto, que texto…

Fernanda

Sensacional… obrigada por ser luz!

Pedro Dalmolin

Eu que agradeço pelo seu comentário :).

Vanessa

O texto foi bom. Preciso de mais conteúdo sobre o assunto

Pedro Dalmolin

Espero escrever mais textos sobre esse assunto! 🙂