Sobre a Escrita

5 técnicas de escrita com Ernest Hemingway

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O que hemingway gostaria de passar de conhecimento com essas 5 técnicas.

Ernest Hemingway é amplamente considerado um dos maiores escritores do século XX, conhecido por sua escrita concisa e eficiente que ainda inspira muitos escritores atualmente.

Seus romances e contos abordam temas como guerra, amor, aventura e vida cotidiana, mas é a técnica de escrita de Hemingway que se destaca como uma das mais notáveis de sua obra. Neste artigo, examinaremos cinco técnicas exclusivas de escrita de Hemingway que o tornaram um escritor notável e influente.

Hemingway é o autor de muitos livros icônicos, incluindo “O Velho e o Mar”, “Por Quem os Sinos Dobram” e “Paris É Uma Festa”. Nestas obras, Hemingway utiliza suas técnicas únicas para criar histórias profundamente comoventes e emocionantes que ressoam com os leitores de todas as idades e culturas.

Por exemplo, em “O Velho e o Mar”, Hemingway usa sua técnica do iceberg para deixar o leitor sentir a força da natureza e a determinação do personagem principal, enquanto em “Por Quem os Sinos Dobram”, ele emprega sua habilidade em diálogos realistas para retratar a vida de um grupo de guerrilheiros espanhóis durante a Guerra Civil Espanhola.

Ao explorar as técnicas de escrita de Hemingway, esperamos não apenas entender como ele se tornou um dos maiores escritores de todos os tempos, mas também aprender a aprimorar nossas próprias habilidades de escrita. Através do estudo de suas técnicas, podemos aprender a criar histórias mais envolventes, personagens mais autênticos e, em última análise, escrever textos mais eficazes e memoráveis.

#1 O uso de frases curtas e simples

A escrita de Hemingway é caracterizada pelo uso de frases curtas e simples que ajudam a criar um ritmo rápido e eficiente em sua prosa. Ele acreditava que o excesso de palavras e frases complexas não apenas tornava a leitura cansativa, mas também distraía o leitor da essência da história que ele queria contar. Em vez disso, ele preferia escrever de forma direta e objetiva, com frases que eram fáceis de entender e que comunicavam claramente sua mensagem.

Em “O Velho e o Mar”, Hemingway usa frases curtas e simples para retratar a luta do personagem principal, Santiago, contra um enorme marlim. Aqui está um trecho do livro:

“Ele [Santiago] estava no leme e lembrava-se da sua juventude em Floridablanca quando ganhou a corrida de barcos com um vento daqueles. Ele tinha vento agora, vento fresco e forte, e havia uma corrente que corria para o nordeste e que ajudava a agarrar o peixe”.

Neste trecho, Hemingway usa frases curtas para descrever a força do vento e da corrente, que ajudam Santiago a lutar contra o peixe. Essas frases curtas e precisas permitem que o leitor visualize facilmente a cena e sinta a tensão da luta.

Outro exemplo pode ser encontrado no conto “A Festa de Amanhã”, onde Hemingway usa frases curtas para descrever a cena de uma festa em Paris. Aqui está um trecho do conto:

“Eles dançaram a valsa de Strauss e ficaram com os pés doloridos e sentaram-se para beber cerveja. Depois dançaram um pouco mais e levantaram as mesas do restaurante. A orquestra parou de tocar e eles foram para casa”.

Neste trecho, Hemingway usa frases curtas e simples para descrever o ritmo da festa e a progressão da noite. A simplicidade das frases torna a leitura fácil e rápida, permitindo que o leitor se concentre nas emoções dos personagens e na atmosfera da festa.

#2 Diálogos realistas e precisos

Uma das técnicas de escrita mais notáveis de Ernest Hemingway é a sua habilidade em criar diálogos realistas e precisos. Ele acreditava que os diálogos eram uma das principais ferramentas que um escritor tinha para retratar a personalidade e as emoções dos personagens, e, por isso, investia tempo e esforço em torná-los o mais autênticos possível.

Em “Por Quem os Sinos Dobram”, Hemingway usa diálogos realistas para retratar a vida dos guerrilheiros espanhóis durante a Guerra Civil Espanhola. Em uma cena particularmente emocionante, dois personagens, Robert Jordan e Pablo, têm uma discussão sobre a importância de suas missões.

Pablo argumenta que a guerra não pode ser vencida e que a melhor estratégia é se retirar para as montanhas e esperar o inverno. Robert Jordan, por outro lado, acredita que a luta é importante e que eles devem continuar lutando, mesmo que isso signifique enfrentar grandes perigos.

Aqui está um trecho do diálogo:

“Pablo, não podemos fugir agora. Somos necessários. Há uma missão para cumprir. Se não o fizermos, outras pessoas sofrerão, e talvez morram.”

“Você acredita mesmo nisso? Acredita que o que estamos fazendo fará alguma diferença? Já viu a quantidade de mortes que acontecem a cada dia?”

“É claro que sim. Precisamos fazer alguma coisa, Pablo. Não podemos simplesmente ficar parados e deixar que eles nos matem sem lutar.”

“Precisamos sobreviver, Robert. É a única coisa que importa agora.”

Nesse trecho, Hemingway usa diálogos precisos e realistas para criar uma tensão entre os personagens e revelar suas personalidades e motivações. O leitor pode sentir a tensão entre os personagens e o conflito entre suas ideias, o que ajuda a criar uma conexão emocional com a história.

#3 Escrever sobre o que conhece

Ernest Hemingway é conhecido por sua escrita realista e pela habilidade de descrever os eventos e as emoções de forma clara e direta. Ele acreditava que a escrita deveria ser simples e honesta, sem adornos desnecessários, o que o levou a criar um estilo único que é reconhecido e admirado até hoje.

Uma das técnicas que Hemingway usava para escrever sobre o que acontecia de forma única era a observação cuidadosa do mundo ao seu redor. Ele era um escritor atento e sempre prestava atenção aos detalhes, mesmo os menores. Essa observação cuidadosa o ajudava a criar descrições precisas e realistas dos lugares, das pessoas e dos eventos em suas histórias.

Além disso, Hemingway acreditava que a escrita deveria refletir a realidade, mesmo que ela fosse dura ou desconfortável. Ele não tinha medo de abordar temas difíceis, como a guerra, o amor não correspondido, a morte e a solidão.

Em vez disso, ele os usava como oportunidades para explorar a condição humana e para mostrar a força e a resiliência dos personagens em face de desafios.

Um exemplo claro do talento de Hemingway para escrever sobre o que acontecia de forma única é seu livro “O Velho e o Mar”, que conta a história de um velho pescador cubano que passa dias no mar tentando pegar um grande peixe.

Hemingway usa uma linguagem simples e direta para descrever a rotina do pescador e os desafios que ele enfrenta, criando uma atmosfera de tensão e emoção que prende o leitor do início ao fim.

#4 Uso da técnica do iceberg

Ernest Hemingway foi um mestre na técnica do iceberg, que consiste em dizer apenas uma parte do que está acontecendo e deixar o resto implícito.

Ele acreditava que a escrita deveria ser como um iceberg, com uma pequena parte visível na superfície, mas com a maior parte oculta abaixo da superfície. Essa técnica cria uma sensação de mistério e sugere muito mais do que está sendo dito.

Um exemplo marcante da técnica do iceberg na obra de Hemingway é o conto “Hills Like White Elephants”. O conto é centrado em um casal que está esperando por um trem em uma estação na Espanha, enquanto discutem um assunto crucial em suas vidas.

No entanto, o tema central do conto nunca é explicitamente mencionado; em vez disso, Hemingway usa diálogos cuidadosamente escolhidos e descrições sutis para transmitir a tensão e a complexidade emocional que cercam o tema.

No conto, o diálogo do casal é repleto de subtextos e insinuações, sugerindo que a mulher está grávida e que o casal está discutindo o aborto. Mas em nenhum momento esses temas são diretamente mencionados, deixando o leitor a interpretar a história com suas próprias percepções e ideias. A técnica do iceberg de Hemingway faz com que o conto tenha muito mais impacto emocional e psicológico, tornando-o uma das mais famosas obras literárias do século XX.

#5 Corte e edição implacáveis

Além das técnicas de frases curtas, diálogos precisos e a técnica do iceberg, Ernest Hemingway também era conhecido por seus cortes e edições implacáveis. Ele acreditava que a boa escrita se tratava tanto do que você deixava de fora quanto do que você incluía. Hemingway era conhecido por reescrever suas obras diversas vezes, cortando tudo que considerava desnecessário e deixando apenas o essencial.

Em “Adeus às Armas”, Hemingway usa essa técnica para criar um efeito emocional poderoso. O livro é um romance de guerra baseado nas próprias experiências do autor na Primeira Guerra Mundial.

Hemingway usou uma linguagem simples e direta para descrever as atrocidades da guerra e a dor que os soldados sentiam. Ele cortou todas as palavras que considerava excessivas, criando um efeito cortante e impactante.

Outro exemplo de como Hemingway usava a técnica de cortes e edições implacáveis é o livro “Paris é uma festa”. Este livro é uma autobiografia do autor que conta suas experiências em Paris durante os anos 1920, quando ele era um jovem escritor em busca de sucesso. Hemingway usa a técnica de cortes e edições para criar uma narrativa concisa e poderosa, focada apenas nos momentos mais importantes e significativos da sua vida na época.

As técnicas de escrita de Ernest Hemingway são exemplos de como um autor pode criar obras impactantes e emocionantes usando a simplicidade e a sutileza na sua escrita. Com suas frases curtas, diálogos precisos, técnicas do iceberg e cortes implacáveis, Hemingway criou uma obra que ainda é relevante e influente até os dias de hoje. Convido o leitor a se aventurar nos livros de Ernest Hemingway, explorando suas técnicas de escrita e descobrindo um mundo de histórias emocionantes e envolventes.

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One Reply to “5 técnicas de escrita com Ernest Hemingway”

Antônio Claret de Lima

Excelente conteúdo. APRENDI MUITO. Sou muito grato.