Crônicas

Festa da lua cheia

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Todo mês é a mesma coisa. Quando a lua cheia aparece é uma festa. Parece cena de filme: fogos, malabarismo, fogo, toda a pirotecnia possível. Lugar: Ilha de Koh Phangan, Tailândia. Não é uma celebração religiosa como o Festival das Lanternas, que acontece em Chiang Mai, longe disso. Festa da Lua Cheia, conhecida como Full Moon Party é o caos no meio de centros budistas. Entrar naquele mundo desconhecido, com pessoas do mundo inteiro, é entrar em contato com o centro insano de toda Ásia. Há quem vá aos retiros de yoga, na mesma ilha, para recarregar as energias há quem quer se conectar com o lado animalesco da ilha. Nunca encontrei tanta gente na mesma vibe e intensidade: felicidade, euforia, bebida, música eletrônica e, para os mais ousados e sem muita noção, drogas. Ousados, pois é proibido o uso de qualquer droga ilícita em qualquer parte da Tailândia. Acredite, ninguém quer ser pego pela polícia e pagar propina. Ou isso, ou é cadeia: um inferno na terra, acredito.

Literalmente a ilha funciona com a lua cheia. Não há muita movimentação em “dias normais”. Full Moon Party é uma vez ao mês, mas quando acontece… a ilha se transforma.

Pé na areia e milhares de pessoas ao seu redor e o mar, no golfo da Tailândia, ao longo do horizonte. Se você acredita que foi em festa de praia, nunca pisou na Full Moon. Quem não se perde e passa horas sem encontrar uma alma do mesmo grupo, não sabe o que é emoção. Mais emoção é entrosar com algum grupo aleatório de países escandinavos e se tornar melhores amigos. A emoção apenas acaba se você estiver disposto a encarar a insanidade daquela ilha.

Quer pular corda com fogo? Tem. Quer participar de campeonato de barras? Tem. Quer sentar e ver tudo isso acontecer? Também tem. O que não pode é perder a cabeça. Esqueça o mundo, viva aquilo uma vez na vida. Qual a chance de voltar para o caos? Eu conheci o caos e digo: foi uma experiência intensa, única, mas uma vez é o suficiente para sair do corpo daquela maneira. Não há alma e corpo que aguente duas rodadas de lua cheia. O equilíbrio é mais que bem-vindo a você.

Entre no primeiro templo depois de alguns dias após enfrentar a lua cheia na Ilha de Koh Phangan e se energize. Mas não ache que você está pronto para outra. Aposente, nem que seja por alguns dias, o baldinho de rum duvidoso e refrigerante de cola que não é Coca-Cola. Tua experiência pode ser ainda mais intensa que a do vizinho de quarto, caso você termine a noite em um dos cem estúdios de tatuagem espalhados pela ilha. E sim, eles funcionam de madrugada para pegar turistas sedentos de uma marca vitalícia para recordar o caos. Vi homens e mulheres deitados com seus tatuadores marcando aqueles que iam além de nós, mortais, que apenas brincavam de pular corda com fogo. Obrigado, lua cheia, por me fazer dormir na cama de cima e acordar sem roupa. Acho que o ciclo da festa foi completo, mas não nego, a tatuagem passou por perto. Lua cheia agora fica para apreciação e longe dos baldinhos.


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